"Quem já descobriu a Cristo deve levar Ele aos outros. Esta alegria não se pode conter em si mesmo. Deve ser compartilhada." (Papa Bento XVI)

segunda-feira, 30 de março de 2009

Autodomínio


Devemos exercitar o domínio sobre nós mesmos
O futuro é o tempo que será construído por nós. O passado não volta e o presente, muitas vezes, é imutável. Mas se não tivemos a oportunidade de escolher nosso passado, podemos escolher e planejar nosso futuro. Com isso, vamos nos afeiçoando às coisas lá de cima.

Buscar as coisas do alto é caminhar para uma meta que sabemos que podemos atingir.

Deus está do nosso lado. O ser humano foi criado para dominar o mundo e as coisas do mundo. Deus o criou como parceiro. Temos o Espírito Santo que nos inspira e impulsiona para as coisas de Deus. Ele, que conhece as coisas do alto, nos ensina a amá-las e a gestá-las no coração.

Não adianta nada dominarmos as máquinas se as pessoas não conseguem se dominar. O primeiro domínio que devemos exercitar é o domínio sobre nós mesmos, sobre nossos desejos, acolhendo aquilo que está de acordo com as coisas do alto e rejeitando tudo aquilo que nos atrapalha na caminhada.

A certeza da morte e da vida eterna nos ajuda nesse processo. O medo da morte ou a tentação de se achar imortal, vivendo como se a morte não existisse, é uma das grandes causas da infelicidade humana. Não adianta amenizar a morte. Ela é a nossa única certeza. Sabendo disso, devemos canalizar nossa vida para valores que vencem a morte, que ultrapassam a morte, como Jesus fez e nos ensinou.

Essa certeza deve tornar-se também um parâmetro para que possamos julgar nossas ações, palavras e pensamentos. Se não sou eterno, o que tornarei eterno com minha vida? É preciso deixar marcas de eterno por onde passamos e com quem convivemos.

Buscar as coisas do alto é saber que essa meta é possível de ser alcançada. Não é fácil. Fácil é ir para o inferno, já que não exige esforço nenhum. As coisas de Deus são sempre difíceis, porque nos apegamos demais às coisas aqui da terra. Aliás, a dor maior que sentimos em nossas perdas é exatamente a dor do apego. Achamos que tudo é nosso e vivemos a ilusão de que tudo depende da gente.

Quando temos muita coisa para olhar e para cuidar, não olhamos para o essencial, aquilo que está além do óbvio.


Pe. Leo

(Artigo extraído do livro “Buscai as coisas do alto” do saudoso padre Léo)

Publicado no Portal da Comunidade Canção Nova

quarta-feira, 25 de março de 2009

Coração livre = vida nova


É necessário fazermos uma parada para reflexão
Dizem que a águia é um dos melhores exemplos de coragem na arte da renovação. É a ave que possui a maior longevidade da espécie, chegando a viver 70 anos. Mas, para chegar a essa idade, ela tem de tomar uma séria e difícil decisão. É que aos 40 anos, por estar com as garras compridas e flexíveis, ela não consegue mais agarrar as presas das quais se alimenta. E o bico, alongado e pontiagudo, se curva.

Apontadas contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, de forma que voar já não é tão fácil! Então, a águia só tem duas alternativas: Morrer ou enfrentar um doloroso processo de renovação de 150 dias de duração, que consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão, onde ela não necessite voar. E, após encontrar esse lugar, ela começa a bater com o bico em uma superfície até conseguir arrancá-lo. Ao alcançar esse objetivo, espera nascer um novo bico, com o qual, mais tarde, vai arrancar suas garras. Quando começam a nascer as novas garras ela passa a arrancar as velhas penas. E só após cinco meses sai para o esperado voo da renovação, quando poderá viver mais 30 anos.

Se é verdade ou não que essa ave passa por esse processo eu não sei, mas acredito que a parábola pode nos ajudar a pensar na vida e a nos encorajar a tomarmos as decisões de que talvez precisemos hoje.

Assim como acontece com a ave de rapina, a vida nos ensina que – para continuarmos voando – é necessário nos desprendermos daquilo que nos pesa: as lembranças, os costumes antigos, os apegos exagerados, os sentimentos feridos e tantas outras coisas que cresceram mais do que deviam dentro de nós, podendo nos roubar a leveza de nossos atos e nos impedir de voar mais alto.

Chega a hora em que é necessário fazermos uma parada para reflexão e possível mudança. Nem sempre é uma escolha fácil, porém, é importante. Uma viagem, férias prolongadas ou, para quem pode, uma temporada na praia podem ser ótimas opções. No entanto, o mais relevante é mesmo a coragem de rever a vida e a decisão de mudar o que é preciso. O lugar favorável ajuda, mas o essencial é mesmo a decisão da mudança.

Acredito que é fundamental, neste tempo, fazer as pazes com os acontecimentos do passado, preservando uma memória grata do que foi bom e a lição que os erros nos ensinaram, sem dar espaço para saudosismos nem culpas. Somente um coração livre do peso do passado pode dar espaço para as novidades que a vida oferece a cada amanhecer.

Conheço muita gente que deixou de viver por medo de tomar a decisão da águia... Que este não seja seu caso.

A Palavra do Senhor, em Isaías, capítulo 40, versículo 31, nos faz lembrar a força dessa ave e que vale a pena esperar confiantes em Deus: “Mas os que esperam no SENHOR renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão”.

Hoje é dia de renovação em sua vida! Independentemente de sua idade, o Senhor quer fazer novas todas as coisas, convidando-o para viver um novo tempo e oferecendo-lhe uma nova oportunidade. A escolha é sua! Arrancar as penas antigas pode até doer, mas a esperança de ver outras nascerem encorajam a águia. Se algo o está impedindo de voar, tenha a coragem de lançá-lo fora, decida-se pela vida nova que o Senhor certamente deseja lhe dar e seja feliz.

Estou unida!

Dijanira Silva
dijanira@geracaophn.com

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sábado, 21 de março de 2009

Vivendo bem o tempo presente


Ao celebrar cada ano a liturgia do Advento, a Igreja atualiza esta espera do Messias: comungando com a longa preparação da primeira vinda do Salvador, os fiéis renovam o ardente desejo de sua Segunda Vinda. Pela celebração da natividade e do martírio do Precursor, a Igreja se une a seu desejo: “É preciso que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3,30). (CIC§524)

Embora estejamos na Quaresma (um tempo riquíssimo por sinal que precisa ser bem vivido) estamos seguindo a proposta deste blog: Estudar parágrafo por parágrafo o Catecismo da Igreja Católica. Atualmente estamos estudando os parágrafos relativos ao nascimento de Cristo. Por isso é necessário retomar um outro tempo litúrgico da nossa Igreja - O Advento. Mas vamos tentar juntar os dois tempos nesse post.

O Catecismo nos ensina que quando vivemos um tempo litúrgico, atualizamos em nós aquilo que se vive naquele tempo. Por isso precisamos viver bem os tempos litúrgicos que a Igreja nos oferece. Quando vivemos o Advento, estamos atualizando em nós, não só os fatos mais os ensinamentos de Deus para nós através desses fatos. E como sempre digo, todos os acontecimentos narrados na palavra de Deus, estão cobertos de significados e ensinamentos. Viver o advento é viver a expectativa de um povo, que aguardou por tanto tempo o Messias. Viver o advento é celebrar o nascimento e o martírio de João Batista. É recordar e reviver a humildade de Nossa Senhora em dizer eis-me aqui, que seja feita a vontade do Senhor. É o tempo de irmos com Maria pelas montanhas para visitar e servir Isabel…

Eu vejo as pessoas passarem pelos tempos litúrgicos que a Igreja nos oferece como mais um. Não pode ser assim. Precisamos estar inteiro nos tempos litúrgicos. Assim como precisamos ver bem a quaresma para chegarmos bem a Páscoa, precisamos viver bem o Advento para chegarmos ao Natal. Sem isso, o Natal passa por nós. Deixamos de celebrar bem o nascimento de Cristo e vivemos um dia de festa igual a outros dias de festa…

É preciso estar inteiro dentro dos tempos litúrgicos.

Pax Domini

Veja também: Podcast: O Nascimento de Jesus Cristo | Um dos maiores acontecimentos da história da humanidade | Austeridade: Uma palavra que precisa ser vivida por todos os evangelizadores

sexta-feira, 20 de março de 2009

Austeridade: Uma palavra que precisa ser vivida por todos os evangelizadores


São João Batista é o precursor imediato do Senhor, enviado para preparar-lhe o caminho.”Profeta do Altíssimo” (Lc; 1,76), ele supera todos os profetas, deles é o último, inaugura o Evangelho; saúda a vinda de Cristo desde o seio de sua mãe e encontra sua alegria em ser “o amigo do esposo” (Jo 3,29), que designa como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Precedendo a Jesus “com o espírito e o poder de Elias” (Lc 1,17), dá-lhe testemunho por sua pregação, seu batismo de conversão e, finalmente, seu martírio. (CIC§523)

Muitos personagens cercam o nascimento de Cristo. São José, a Santíssima Virgem Maria, os pastores, os magos do oriente… Porém é preciso que se destaque a figura de alguém que nasceu pouco antes de Jesus e que teve um papel fundamental no ministério de Jesus: João, o Batista. Ele veio para preparar o caminho para Jesus. Ele veio para anunciar que o tempo da salvação chegou.

A figura de João Batista sempre me chamou a atenção. Talvez pela sua austeridade, coisa que admiro tanto, - Talvez pela sua verdade e pela sua confiança em Deus… O fato é que eu o admiro. A sua missão é uma missão bela e árdua. Preparar o caminho do Senhor.

Não seria essa a missão de cada um de nós? Afinal como cristãos, estamos esperando a sua segunda vinda. E embora não saibamos o dia e nem a hora, podemos ver que a cada dia que passa esse dia se aproxima cada vez mais. E nós temos a missão de preparar a vinda do Senhor nos dias de hoje. Vivemos tempos difíceis. As pessoas precisam conhecer o Salvador. Não precisamos nós apresentá-lo?

Às vezes temos impulso de fazê-lo, mas nos falta coragem, decisão, determinação… Muitas vezes até fazemos um bom anúncio, mas a nossa vida não ajuda. E ai entra essa tal austeridade.

Mas o que seria austeridade? Segundo o Dicionário On-line Priberam Austeridade significa rigor de disciplina, severidade, inflexibilidade de caráter, entre outros. Para mim falar de João Batista é falar de um homem altamente disciplinado, com um carater digno e severo consigo mesmo. É difícil anunciar o Senhor sem ao menos buscar tais qualidades. Pois muitas vezes a palavra que anunciamos cai em descrédito pelos nossos atos.

Eu infelizmente ainda estou longe de ser um homem disciplinado. Estou longe de ser um homem austero. Mas estou tentando ser. Entre altos e baixos (e como existem baixos), Deus tem me formado para ser um homem austero e firme. Essa mesma firmeza, essa mesma austeridade, podemos enxergar em São José, pai adotivo de Jesus, que teve a sua festa no dia de ontem.

Hoje fica o convite: Sermos austeros. Buscarmos uma disciplina de vida, de oração… Revermos o nosso carater. Somos evangelizadores. Precisamos que a nossa vida confirme as nossas palavras. Eu me proponho a tentar. E você?


Dominus Vobiscum

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Jejum, o alimento que sacia a fome de Deus


O autodomínio acaba sendo também uma vitória

Até há alguns anos, todos os católicos aprendiam, quando crianças, os cinco mandamentos da Igreja. Um deles tem a seguinte formulação: “Jejuar e abster-se de carne conforme manda a Santa Mãe Igreja”. Escrevi “até há alguns anos”, porque após as reformas litúrgicas acontecidas na segunda metade do século passado, a situação não ficou sempre clara na mente de muitos católicos. A maioria que ainda acredita no valor da penitência, pensa que os dias de jejum e abstinência de carne foram reduzidos a apenas dois: Quarta-feira de Cinzas e Sexta-feira Santa. Jejum, para quem está entre os 18 e os 60 anos; abstinência, para os que superaram os catorze anos.

Contudo, não é bem isso que prescreve o Código de Direito Canônico, sancionado pelo Papa João Paulo II, em 1983: «Os dias e tempos penitenciais, em toda a Igreja, são todas as sextas-feiras do ano e o tempo de Quaresma» (Cân. 1250).

Em 1986, a “Legislação Complementar” ao Código de Direito Canônico, redigida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, retomou e detalhou a orientação dada pela Santa Sé:

«Toda sexta-feira do ano é dia de penitência, a não ser que coincida com solenidade do calendário litúrgico. Os fiéis, nesse dia, se abstenham de carne ou outro alimento, ou pratiquem alguma forma de penitência, principalmente obra de caridade ou exercício de piedade. A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa, memória da Paixão e Morte de Cristo, são dias de jejum e abstinência. A abstinência pode ser substituída pelos próprios fiéis por outra prática de penitência, caridade ou piedade, particularmente pela participação, nestes dias, na Sagrada Liturgia».

Qual o sentido e o valor de normas como estas, em pleno século XXI? A resposta é simples: aumenta cada vez mais o número de médicos e psicólogos que olham para o jejum e a abstinência como uma das melhores terapias para a saúde física e mental. Não apenas a obesidade, mas principalmente a ansiedade e a depressão crescem e matam quando se tenta superar o vazio existencial pelos três ídolos da modernidade: o ter, o prazer e o poder.

Quem realiza o ser humano é sempre e somente o amor, o qual, quando verdadeiro, vem de Deus, é gratuito, busca o bem da pessoa amada e liberta quem o vive. Em contrapartida, ele não passa de uma máscara se não se percorre um caminho de conversão e santidade. É precisamente esta a função da penitência, do jejum e da abstinência. Com eles, o que se verifica é um salto de qualidade na vida da pessoa, libertando-a das amarras e dos pesos que a impedem de captar os apelos de Deus e dos irmãos. Se o alimento sacia a fome do corpo; o jejum sacia a fome da alma.

Como toda disciplina, o autodomínio na comida e na bebida acaba sendo também uma vitória sobre a cultura do consumo e do materialismo – que, aliás, não é de hoje, se já o salmista a detectava em seu tempo:

«Não dura muito tempo o homem rico e poderoso; é semelhante ao gado gordo que se abate. Este é o fim do que espera estultamente, o fim daqueles que se alegram com sua sorte: são um rebanho recolhido ao cemitério, e a própria morte é o pastor que os apascenta; são empurrados e deslizam para o abismo» (Sl 49,13-15).

O verdadeiro jejum, porém, vai muito além... da comida e da bebida. Se «a lei e os profetas se resumem no amor a Deus e ao próximo» (Mt 22,40), para o jejum não é diferente. É o que assevera o próprio Deus, através do profeta Isaías: «O jejum que prefiro é este: acabar com as prisões injustas, libertar os oprimidos, romper com a escravidão, repartir o pão com o faminto, acolher os pobres e peregrinos, vestir os nus e não se fechar à própria gente. Se assim você fizer, a sua luz brilhará como a aurora, suas feridas sararão rapidamente, e quando você invocar o Senhor, ele o atenderá; você pedirá socorro e ele dirá: Eis-me aqui» (Is 58, 6-9).

Para acolher e viver o amor de Deus, o coração precisa estar limpo e livre. É esse o papel que Santo Agostinho atribui ao jejum:

«O vazio precisa ficar cheio. Você conseguirá se encher de bens se se esvaziar do mal. Suponha que Deus queira enchê-lo de mel. Se você estiver cheio de vinagre, onde ficará o mel? É preciso jogar fora o conteúdo do jarro e limpá-lo, ainda que com esforço, esfregando-o, para que possa servir a outro fim. Pode ser mel, ouro, vinho, tudo o que dissermos e quisermos, mas, no fundo, há sempre uma realidade indizível, que se chama Deus. Dizendo Deus, o que dissemos? Esta única sílaba é toda a nossa expectativa. Tudo o que conseguimos dizer, fica sempre aquém da realidade. Dilatemo-nos para Ele, e Ele, quando vier, encher-nos-á. Seremos semelhantes a Ele, porque O veremos como Ele é».

Dom Redovino Rizzardo, cs
domredovino@terra.com.br

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quinta-feira, 19 de março de 2009

Deus confiou no homem


A vida de José nos aponta a nossa responsabilidade de esposos, de pais, de padres. Está na hora de nós homens realizarmos, em nossa vida, o projeto de Deus para nós. Homens que assumem a sua posição. A maturidade própria de José, homem de trinta anos.

Deus criou o homem para ser chefe. Não para estar por cima nem para ser dominador, mas para ser chefe. Aquele que assume, aquele que carrega. Essa é a vocação do homem.

Seu primeiro chamado é ser homem de Deus: quem o criou foi Deus, quem o chamou foi Deus, quem lhe deu a missão foi Deus. Nesta humanidade que caminha para Deus, o homem foi colocado como locomotiva. Ele foi feito para puxar toda essa humanidade rumo ao céu. O homem foi feito para arrastar. Ele é que deveria arrastar a sua esposa e não ser arrastado por ela.

Da mesma forma, ele é quem deve abrir caminho e arrastar os filhos. A mulher é a sua companheira e auxiliar que leva os filhos pelo coração, mas quem arrasta para Deus é o homem.

Deus quer homens másculos, fortes, robustos, para serem locomotivas e levarem para Deus, de onde veio e para onde vai essa humanidade. Arrastar todos aqueles que Deus lhes confiou.

Deus confiou ao homem uma família, como a confiou a José. Do mesmo modo, o Senhor entregou-lhe uma mulher, entregou-lhe filhos, como os entregou a José. Nós homens, infelizmente, não estamos levando a sério nossa missão. Levamos a vida como uma diversão: bar, amigos, cerveja, mulheres... Continuamos pensando que o homem “dá um duro no trabalho” e por isso tem o direito de “se divertir”. Jogo e bebida para se divertir... Noitadas e mulheres para se divertir... Tudo para se divertir!

Olhando para São José, vemos como é linda a nossa vocação de homens. Deus confiou no homem e lhe entregou uma mulher, do mesmo modo que entregou Maria a José. Deus, que é Pai, entregou ao homem a missão de ser pai. O Senhor lhe confiou filhos para criar. São filhos de Deus, mas Ele os entregou ao homem para que cuidasse deles. Deus confiou em nós.

O homem precisa se “re-ligar” urgentemente com Deus. Religião não é apenas coisa de mulher ou de criança. Religião é, antes de tudo, coisa de homem. Porque o que olha para frente, o que aponta para meta, o que arrasta para o ponto de chegada é a locomotiva. É preciso que ele fixe o seu olhar para onde está a finalidade da vida: Deus. É preciso que ele saiba que não vai sozinho para lá. Ele vai com uma família: sua mulher e seus filhos.

É preciso que os homens reassumam sua responsabilidade e sejam homens com todas as letras maiúsculas e não apenas o H. É ser homem total: de corpo, alma e espírito. Retomar a sua missão: ser o chefe da casa, o cabeça da família. O homem de Deus, por Ele escolhido e em quem Ele confiou como confiou em José. Para quem o Senhor entregou uma família. A graça de ter uma Maria e um menino Jesus não foi só para José. A mulher que Deus confia ao homem é tão amada e querida por Ele quanto Maria Ele que confiou a José.

Os filhos e as filhas que Deus lhe entregou são tão preciosos para Ele quanto o Filho que confiou a José. Os filhos que você tem, os filhos que você, como jovem vai ter, são tão preciosos para o coração do Pai quanto o Filho Único que o Pai tem, que é Jesus. Ele confiou esses filhos a você, como confiou Jesus a José. Por isso, você não pode brincar com sua escolha, com a sua paternidade, com a missão que o Senhor lhe entregou, com a confiança que Ele depositou em você.

(Trecho extraído do livro “Valei-me São José” de monsenhor Jonas Abib)
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quarta-feira, 18 de março de 2009

Quadrinhos no Dominus Vobiscum

Caros amigos do Blog do Dominus Vobiscum. A partir dessa semana estarei colocando aqui no Blog quadrinhos. Criei um personagem para o Blog chamado de “O Decidido”. É um cristão novo e radical. Aceito idéias e sugestões.

O personagem foi inspirado em uma amiga. Mas na verdade homenageia todos os católicos verdadeiramente católicos. Aguardo comentários!

Dominus Vobiscum

Programação da Semana Santa - Paróquia de Nossa Senhora de Fátima


PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
PROGRAMAÇÃO DA SEMANA SANTA - 2009

05/04 - DOMINGO DE RAMOS:
  • Benção e distribuição de ramos. Em todas as missas.
08/04 - QUARTA-FEIRA:
  • 19h - Celebração da Reconciliação.
09/04 - QUINTA-FEIRA:
  • 8h - Catedral - Celebração da Missa do Crisma.
  • 16h - Lava-pés e Celebração da Ceia do Senhor, em seguida, Adoração ao Santíssímo. - Pe. Ivan.
  • 17h 30min - Apostolado da Oração, Legião de Maria, Dízimo, MESC e Pastoral da Saúde.
  • 18h 30min - Juventude e Comunidade Recado.
  • 19h 30min - E.C.C., Conselho Pastoral e Crisma.
  • 20h 30min -Shalom e Nova Evangelização.
10/04 - SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR:
  • 8h - Solene Via Sacra: Em cada estação Pe. Ivan, Pe. Dácio, Pe. Toinho e Pe. Franzé darão uma benção especial à família ou comunidade.
    • 1ª ESTAÇÃO: Edifício Filomena Ribeiro - Jesus é condenado à morte - Nilce e Estrela.
    • 2ª ESTAÇÃO: Comunidade Recado - Jesus Carrega a Cruz - Comunidade Recado.
    • 3ª ESTAÇÃO: Residência da D. Maria de Lourdes Nunes - Jesus cai pela 13 vez - Maria de Lourdes.
    • 4ª ESTAÇÃO: Residência de Francisca Helena Rua Graciliano Ramos, 330 - Jesus se encontra com sua Mãe. - ECC.
    • 5ª ESTAÇÃO: Residência de Dona Afra - O Cirineu ajuda Jesus a carregar a cruz - Legião d de Maria.
    • 6ª ESTAÇÃO: Residência de Ora. Angélica, Rua Mário Mamede - Verônica enxuga o rosto de Jesus - Apostolado da Oração.
    • 7ª ESTAÇÃO: Residência das Irmãs Bernardinas - Jesus cai pela 23 vez - Irmãs Bernardinas.
    • 8ª ESTAÇÃO: Residência de Lindete - Jesus consola as mulheres de Jerusalém - Lucimar.
    • 9ª ESTAÇÃO: Na praça em frente ao Hospital Gomes da Frota - Jesus cai pela 3ª vez - MESC.
    • 10ª ESTAÇÃO: Centro Social Nossa Senhora das Graças - Jesus é despido de suas vestes. - Rozira e Auzerina.
    • 11ª ESTAÇÃO: Comunidade Shalom - Jesus é pregado na Cruz. - Comunidade Shalom.
    • 12ª ESTAÇÃO: Na Igreja - Jesus morre na cruz. - Jovens.
    • 13ª ESTAÇÃO: Na Igreja - Jesus é descido da cruz - Jovens.
    • 14ª ESTAÇÃO: Na Igreja - Jesus é sepultado - Pregação: Pe. Franzé.
    • 15ª ESTAÇÃO:Na Igreja - Jesus ressuscitou - Pregação: Pe. Dácio
  • 15h - Celebração da Paixão do Senhor.
  • 19h - Momento com a juventude.
11/04 - SÁBADO DE ALELUIA: Pastoral Litúrgica.
  • 19h - Solene Virgília Pascal - Benção do Fogo, Renovação das Promessas Batismais. Todas as pessoas que poderem, deverão vir de branco e trazerem vela. - Pe. Ivan.
12/04 - DOMINGO DA RESSURREiÇÃO - Celebrações:
  • 7h - Pe. Dácio
  • 9h - Pe. Franzé
  • 12h- Pe.Toinho
  • 17h - Pe. Ivan
  • 19h - Pe. Ivan

Seminário de Vida no Espírito Santo para Casais

Caríssimos,

No período de 03 a 05 de abril ocorrerá em Fortaleza o Seminário de Vida no Espírito Santo para Casais. O seminário ocorrerá em Porciúncula (Messejana).

Para maiores informações, entrar em contato com Júnior (85 3224-0843 / 3279-3620).

Um forte abraço, e que Deus nos Abençoe!

terça-feira, 17 de março de 2009

A formação dos valores humanos


Os primeiros cristãos mudaram as leis do Estado com seus costumes

Vivemos no mundo da globalização, onde tudo se vê pelo prisma da economia, do possuir e do conseguir. E quanto mais se tem, mais insatisfeito se está quando não se consegue mais. Basta ver a publicidade do comércio nos meios de comunicação. Lança-se um produto e o que parecia uma conquista, já não será mais, porque logo depois começam outros lançamentos que são apontados como também necessários e atuais.

E a família se encontra nesse mundo globalizado. Perdem-se valores humanos e cristãos dentro da própria família. Como consequência, temos a deterioração de muitas famílias, porque são tentadas pelo egoísmo, pelo ter, pelo poder. Qualquer ofensa recebida é tomada gravemente. Já não existem o perdão e a caridade e muitos casamentos acabam na separação e no divórcio.

A solução é a santidade da família. E a santidade não é algo que está fora do alcance das pessoas. Ela consiste na verdade, no perdão, na misericórdia, na justiça, na fraternidade, na solidariedade. Foi o que Jesus disse: “Sede santos como meu Pai Celestial é santo”.

A família, por ser de natureza divina, cresce e se aperfeiçoa quanto mais se cultivam o diálogo e não o monólogo, assim como o entendimento, a caridade e a paz.

A família estável tem sido questionada de modo particular nos dias de hoje. Falam alguns até de estar ultrapassada por formas de convivência temporária. A forma do divórcio é reconhecida em quase todos os países. A infidelidade conjugal é tolerada muitas vezes e até incentivada.

Na conferência inaugural do Congresso Teológico Pastoral, o Pe. Cantalamessa indicou que não se deve apenas «defender» a idéia cristã de matrimônio e família, mas o mais importante é «a tarefa de redescobri-lo e vivê-lo em plenitude por parte dos cristãos, de maneira que se volte a propô-lo ao mundo com os fatos, mais que com as palavras».

Duas pessoas que se amam – e o caso do homem e da mulher no matrimônio é o mais forte – reproduzem algo do que ocorre na Trindade. Nessa luz se descobre o sentido profundo da mensagem dos profetas acerca do matrimônio humano, o qual é símbolo e reflexo de outro amor: o de Deus por Seu povo.

A igual dignidade da mulher e do homem no matrimônio está no próprio coração do projeto originário de Deus e do pensamento de Cristo, mas isso quase sempre foi descumprido.

Deve-se evitar dirigir tudo para leis do Estado a fim de defender os valores cristãos. Não podemos esperar hoje mudar os costumes com essas leis. Os primeiros cristãos mudaram-nas [as leis do Estado] com seus costumes de verdadeiros filhos de Deus.

Cardeal Geraldo Majella Agnelo
Publicado no Portal da Comunidade Canção Nova

quinta-feira, 12 de março de 2009

Amar dói


Você pode fazer a sua história diferente

Amar dói. Se alguém disser que amar não dói precisa rever o conceito de amor. Mas, acredite: vale a pena amar; vale a pena arrancar um pedaço de nós para dar ao outro. O seu coração é maravilhoso, mesmo estando um pouco machucado, detonado, ele é lindo.

Abra a sua Bíblia agora no Evangelho de São Lucas, capítulo 19, versículos 1-10, você encontrará a leitura do encontro de Jesus com Zaqueu. Esse homem era cobrador de impostos; esta era uma profissão difícil. A riqueza desse homem vinha dos 'mensalões', do dinheiro do povo, ele 'passava a perna' em muita gente. Mas ele tinha um desejo muito grande de se encontrar com Jesus.

Mas o que tem a ver o Zaqueu comigo e com você? Você tem cara de cobrador de impostos? Pode até ser que não, mas você tem uma história, assim como ele. Aparentemente a vida dele não era bonita, mas aí é que entra o assunto do nosso artigo. Qual é a sua história? Você já teve vontade de fugir? De trocar de país?

A sua história, seja ela como tenha sido até aqui, é linda. Ela é rica! Assim como o Senhor entrou em Jericó para revolucionar a vida desse cobrador de impostos, Ele quer entrar na sua vida hoje para restaurar você. Quais são os problemas pelos quais você está passando? Quais sofrimentos você vive que o impedem de ver Jesus? Zaqueu não parou nos seus pecados, ele foi além. Qual é a multidão de coisas que você tem vivido que o proíbem de ver o Senhor?

A subida não é fácil, sair da multidão de coisas que nos impedem de vê-Lo também não o é. Mas Ele quer que você suba! Veja o Senhor que está passando. Encare os seus problemas, seja o que for que você tenha vivido até agora, não pare!

Para se encontrar com Jesus você precisa sair dos seus problemas. Não pare no limite, na dor, busque ver o Senhor nas situações da sua vida. É possível, sim, fazer escolhas diferentes. O que eu acho mais lindo em Deus é que Ele foi gente. Ele sofreu, foi humilhado, odiado... Jesus quis sofrer tudo isso para dizer para você que é possível dar um novo sentido à sua vida.

Deus existe e está cuidando de cada um de nós. Ele não o abandonou naquela dificuldade que você encontrou, Ele estava lá e ainda está aí do seu lado. É dos limitados e dos pobres a predileção de Deus. A sua história é uma história de salvação. Deus encontrou você um dia, deu-lhe vida e disse-lhe que você nasceu para dar certo.

Muitas respostas que nós damos hoje são consequências do passado. O que nós vivemos nos influencia no presente. Só que o que você faz com o seu passado pode ser mudado agora. Reinterpretar o seu passado pode ser feito agora. Em uma tragédia, você pode se desesperar ou descobrir onde estava Deus naquela situação. Você pode fazer a sua história diferente. Não pare nas situações da sua vida, vá além! Peça para o Senhor dar sentido e razão onde essas virtudes lhe faltaram um dia.

Diga: “Eu nasci para dar certo!” Você quer receber Jesus na sua casa? Então, acredite que o seu passado não determina você, ele apenas diz o que você é, mas não o que será. O seu presente quem decide é você.

Não pare no seu sofrimento, o seu futuro depende apenas de você! Hoje, se você escolher as respostas em Deus, tudo vai ser diferente. Descubra o Senhor nos pequenos detalhes da sua vida.

Adriano Gonçalves
adriano@geracaophn.com

segunda-feira, 9 de março de 2009

Quaresma: caminharmos com Jesus nas fontes da vida

Homilia do Padre Antônio Furtado no 2º Domingo da Quaresma de 2009

Estamos na quaresma, tempo de especial de treinamento espiritual, caminhamos com Jesus para reverenciarmos na semana santa o mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo. A cada dia, todos os que estão levando a sério este tempo, especialmente por meio da liturgia e da palavra de Deus vão percebendo Deus lhes levando a dar passos na vida de Jesus.

Na semana passada, Jesus estava no deserto, e hoje na montanha. O deserto é seco, quente, sacrificante. A montanha também por sua vez tem suas dificuldades. O monte tabor onde ocorreu a transfiguração de Jesus – quem já foi lá sabe – é muito sacrificante ir lá, principalmente a pé. Jesus chama alguns dos seus – Pedro, Thiago e João – para subir lá. Lucas diz que Jesus subiu lá para orar e não para transfigurar-se e na oração se deu a shekiná de sua glória, e os discípulos viram Jesus transfigurado, suas roupas tão brancas como nenhuma lavadeira poderia alvejar. Eles vêem o Jesus que tinha se despojado a sua glória, em grande glória.

Na primeira leitura, uma história em outra montanha: Abraão - que como sabemos - é um homem escolhido por Deus, velho e de mulher estéril que recebera a promessa difícil de se cumprir de que teria descendentes tantos quanto a areia da terra, quanto as estrelas do céu, e que lhe havia recebido Isaac. Deus então pede seu filho em holocausto, em um monte indicado por Deus. Este monte, um monte conhecido pelos tempos, onde mais tarde teria sido feito o templo de Salomão, o templo de Herodes e hoje está a mesquita de Omã.

Este caminho de subida é necessário ser feito, de sacrifício, de ir em busca de Deus, ir ao encontro de sua intimidade. A montanha é tida na palavra como lugar de encontro com Deus, onde Deus fala. Poderemos encontrar depois Jesus em outro monte, o das Oliveiras, onde se dá sua batalha espiritual, onde ele vai optar pela vontade do Pai – Faça-se a sua vontade – em meio a grande batalha, se pondo diante de Deus para o se dispor a ser levado a outro monte, o monte Calvário para ser sacrificado.

Precisamos oferecer a Deus, tudo em nossa vida que é preciso oferecer, não só o que é ilícito - galhos secos. Mas também o que parece bom mas não está dando o fruto que é para dar.
Deus quer podar em nós, diz em nossas regras da Comunidade, mesmos nossos galhos verdes. Os galhos secos já deviam ter sido cortados. Devemos também nos preocupar com os galhos aparentemente verdes, mas que não dão frutos, que precisam ser podados para darem frutos. Coisas em nossas vidas até boas, até dadas por Deus, mas que em vista de um bem muito maior devem ser ofertados a Ele. Abraão ouvira a voz de Deus para entregar seu filho Isaac que já era em si mesmo presente de Deus, algo bom, lícito, mas mesmo assim foi o ofertar. No monte iria já cumprir a vontade de Deus, vemos que Abraão estava com a faca pronta para ofertar seu filho, e ele o faria, mas Deus o poupa, Deus manda seu anjo no exato momento e lhe pede: não mais, viu sua entrega, viu que Abraão o ofertara. Mas também sabemos que Deus não viria a fazer isto consigo mesmo, não viria a poupar a si mesmo ocorrendo assim o sacrifício de seu próprio filho.

Temos que ver o que Deus nos pede, vemos na Palavra que quando houve a transfiguração, estiveram ao lado de Jesus Elias e Moisés, a lei e os profetas. Mas é preciso nos concentramos no essencial, vemos que no decorrer da passagem bíblica, todos desaparecem do lado de Jesus, o que não é essencial desaparece. A conversão é a resposta essencial de quem viu Jesus, de quem se voltou para ele, de quem deixou de olhar o essencial. Os apóstolos na transfiguração sobem a montanha com Ele e tem ali a experiência com Ele. Por irem lá vêem ali como ele é. E o vêem assim, porque mais adiante o veriam desfigurado, precisariam saber quem é aquele que estaria ali desfigurado. Se o filme de Mel Gibson causou repugnação, quando víamos o rosto de Cristo desfigurado. Ainda assim, não era sua verdade lá, pois quem o viu de verdade lá no Calvário presenciou cena ainda pior, pois a palavra de Deus dissera que ele ficaria de tal modo que não se conseguiria nem olhar para ele.

É preciso para viver esta realidade e ser seu amigo: admirar, acreditar, e seguir (decidir-se). Aceitando a cruz de Cristo, consciente que morrer para o pecado é aceitar a vida. No batismo e na confissão atualizamos a redenção de Cristo. Antes do batismo a criança é apenas uma criatura, e então se torna filho de Deus. Hoje há quem diga que se deixe a criança crescer para decidir, eu respondo: então não a vacine, deixe ela crescer para decidir se quer ser vacinada... Então, não registre seu filho como Brasileiro, deixe ele decidir quando crescer... ninguém faz isso. Porque é grande bem, e sendo responsáveis queremos o melhor para eles. E o que de bem é de nosso interesse procuramos o quanto antes. Quando houve vacina para não morrer de febre amarela, até onde não havia perigo de havê-la se tomava a vacina. Se tivesse remédio para não pegar doença, para não morrer, então o tamanho da fila nem ia ter fim.
Precisamos nos aproximar das fontes da Vida.

- A Eucaristia. Numa missa de quinta, vi como o demônio treme diante de Deus. Ele que segundo a Palavra crê e treme diante de Deus, ao atormentar uma pessoa foi posto diante do Santíssimo. O mesmo Jesus que fica na capela 24 horas e que tantas vezes nem ficamos lá com Ele, que às vezes não queremos ou nos é tão difícil estar com Ele em vigília. Naquela pessoa vimos o pavor, o ódio e o medo diante de Jesus. Na Eucaristia, perceba que ali está Jesus inteiro, mesmo com todos os acidentes de pão. Ali está mais que a lei mosaica, com seus ritos e ablusões – Em Cristo está não apenas a voz dos profetas, diz-nos muito bem as escrituras que nos últimos tempos Deus falou-nos através de seu filho.
- O sacramento da reconciliação, nos aproximar dela e prepararmo-nos para ela. Exame de confissão, arrependimento, ... na confissão, a maioria dos que se confessam comigo, uns 90% não sabem o ato de contrição, que são apenas poucas linhas.
- A Palavra de Deus. A quaresma é tempo de mergulhar em coisas simples, mas muito sérias, uma palavra, uma oração pode fazer uma grande diferença: ouvir a palavra de Deus, mergulhar nela, faz uma grande diferença em nossa vida. De ouvir bem a voz de Deus, pode depender nossa felicidade, ou não, neste mundo e no outro. Eis o meu filho escutai-o. Padre Rufus, que pregou um retiro para nós escreveu um livro e estava feliz por ter vendido 5.000 cópias. Quando chega em sua terra ouve porém que um livro de um homem herético tinha vendido na mesma época 50.000. Porquê? Por que vamos em busca de tantos livros diferentes. Em vez de lermos tantos livros de auto ajuda das prateleiras, que saem demais , devíamos ler a bíblia que esta sim tem promessas verdadeiras, caminhos verdadeiros.

Que Deus nos dê a graça nesta quaresma de nos decidirmos por nossa vida espiritual.



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por Padre Antônio Furtado, Comunidade Católica Shalom

domingo, 8 de março de 2009

Mulher: dom e tarefa


Reconhecer quem somos é viver de acordo com a nobreza da vocação

Quem recebe um dom, recebe também a tarefa de cuidar dele e de fazê-lo frutificar. É natural que seja assim. Quando recebemos um vaso com flores, precisamos cultivá-lo para que continue florido.

Da mesma forma, um filho que nasce traz alegria ao lar, mas precisa de cuidados para crescer e tornar-se homem.

Ser mulher é um dom, uma escolha de Deus, que não diminui nem exalta a vocação humana, mas, justamente por ser dom, traz em si a tarefa de corresponder à missão que lhe é confiada.

O saudoso Papa João Paulo II, em sua Carta às Mulheres, diz que pelo simples fato de sermos mulheres, com a percepção que é própria da feminilidade, enriquecemos a compreensão do mundo e contribuímos para a verdade plena das relações humanas.

Enriquecer a compreensão do mundo e contribuir para a verdade das relações humanas é uma tarefa possível para a mulher que acolhe o dom recebido do Criador.

Acredito que a feminilidade, colocada a serviço do mundo, dá um sentido mais suave às realidades duras que a humanidade inevitavelmente enfrenta. Pois é próprio da mulher gerar vida, harmonia e beleza onde está. Também diz do seu instinto amenizar a dor, incentivar, dar conselhos, acolher e lutar por aquilo que acredita. E isso diz da sua natureza, é dom do Criador.

A meu ver, não há como igualar o dom e a tarefa da mulher com o dom e a tarefa do homem, são realidades profundamente distintas e igualmente enriquecedoras para o desenvolvimento sadio da sociedade, mas uma não substitui nem se iguala à outra.

Reconhecer e assumir essa realidade já é um grande passo para a realização plena de cada um como pessoa criada e amada por Deus. Essa atitude gera gratidão – e quanto mais gratos nos sentimos, tanto mais podemos colaborar com o projeto de Deus, tanto em nossa vida, como na vida dos outros.

Acredito que a gratidão expressa pode ser um bálsamo para aliviar muitas dores. João Paulo II, que sempre exaltou a dignidade da pessoa humana, expressou seu reconhecimento e gratidão às mulheres de todo mundo, na sua carta escrita e publicada em 1995. Suas palavras revelam o dom e apontam a nobre tarefa feminina; parece-me oportuno revê-las:

“Obrigado a ti, mulher-mãe, que te fazes ventre do ser humano na alegria e no sofrimento de uma experiência única, que te torna o sorriso de Deus pela criatura que é dada à luz, que te faz guia dos seus primeiros passos, amparo do seu crescimento, ponto de referência por todo o caminho da vida.

Obrigado a ti, mulher-esposa, que unes irrevogavelmente o teu destino ao de um homem, numa relação de recíproco dom, ao serviço da comunhão e da vida.

Obrigado a ti, mulher-filha e mulher-irmã, que levas ao núcleo familiar, e depois à inteira vida social, as riquezas da tua sensibilidade, da tua intuição, da tua generosidade e da tua constância.

Obrigado a ti, mulher-trabalhadora, empenhada em todos os âmbitos da vida social, econômica, cultural, artística, política, pela contribuição indispensável que dás à elaboração de uma cultura capaz de conjugar razão e sentimento a uma concepção da vida sempre aberta ao sentido do mistério.”

Reconhecer quem realmente somos e viver de acordo com a nobreza da vocação que recebemos pode ser a forma mais original de celebrar o dom e a tarefa de ser mulher.

Dijanira Silva
dijanira@geracaophn.com

Publicado no Portal da Comunidade Canção Nova

Sexo frágil, conquistas heroicas



Mulheres percebem melhor o que há de bom nas pessoas

Última obra da criação, primeira na arte de compreender pela via do amor.

Um dia para nos lembrar das suas lutas e o resto do ano para nos mostrar como ser melhores. A força da mulher está nos ensinamentos de vida e nos exemplos de superação.

Foi de uma condição inferiorizada, de opressão e discriminação, que a mulher partiu para conquistar o direito de ser pessoa. Mas ainda estamos longe de lhe dar seu verdadeiro valor. Nossa sociedade ainda sofre com uma mentalidade machista e retrógrada. Pensamento que pode prejudicar todo o avanço do ser humano na direção de encontrar harmonia entre os sexos – desde os vários ambientes onde antes era comum a presença maciça dos homens, como em empresas, escritórios e cargos de comando, até em nossas casas –, já que também aí há uma participação mais ativa da mulher, que ajuda a prover a manutenção do lar.

O homem tem seu instinto caçador e pode sentir-se ameaçado quando subordinado a uma mulher ou quando está sendo alcançado por ela. Seja direta, em casa ou no trabalho, ou indiretamente pelos meios sociais, mídia e indústria específicos ao público feminino. Eles podem sentir que sua supremacia está sendo perdida. Isso gera competição e comparações, que em nada contribuem para que ambos os sexos alcancem realização de vida.

Cabe a cada um discernir suas características específicas e agir, buscar a felicidade a partir desses pontos, somando forças e buscando união. Trazer para perto aquele que é diferente resulta em completar, preencher, transbordar de plenitude o outro que era inteiro só em si.

Gostaria de me dirigir mais especificamente às mulheres dizendo-lhes que os traços mais belos do ser feminino estão na percepção, na sensibilidade e na capacidade de amar. Características próprias delas. A mulher lê nas entrelinhas dos fatos, devolvendo-os sob a ótica do amor muito mais facilmente. Eis os alicerces de tantas conquistas e as vias de outras futuras.

Conquiste seu espaço sendo feminina! Seja mestra em amar. Que seus argumentos sejam em atitudes de amor, decida-se por amar da forma que lhe é própria. Família, marido, namorado, pai, chefe, companheiros de trabalho. Ensine os homens que hoje convivem com você que o amor sempre vence.

Sua sensibilidade, percepção e carinho despertam a atenção dos homens, mostrando-lhes que as coisas podem ser realizadas de forma diferente. Acredite neles. Quando eles têm o incentivo de uma mulher, vão mais longe. Mulheres possuem um sentido apurado em perceber o que há de bom nas pessoas.

Na Sagrada Escritura temos muitos exemplos de mulheres que lutaram e venceram, que ensinaram e transformaram a vida de homens pela docilidade vinda do amor.

Suzana: convicção de sua inocência e fidelidade a Deus e ao marido.

Rute: não desamparou a sogra, Noemi, por isso conheceu aquele que tinha direito de resgatá-la e ser seu futuro esposo.

Ester: rainha de Assuero, rei que foi induzido a exterminar o povo judeu. Essa personagem, por sua conduta agradável ao esposo, convenceu-o de que isso seria injusto.

E finalmente Maria: esposa de São José e mãe de Jesus, exemplo de disponibilidade ao plano de Deus, foi companheira, amiga, mãe e é nossa intercessora junto de Deus, sua conduta foi determinante no plano de salvação para os homens e é espelho para toda mulher.

Parabéns, mulher, pelo seu dia!

Só temos a lhes agradecer pelo que já aprendemos de vocês e por quanto ainda aprenderemos em lhes dar o que realmente lhes é de direito; serem femininas e amar.

Deus as abençoe.

Sandro Ap. Arquejada
sandroarq@geracaophn.com

Publicado no Portal da Comunidade Canção Nova

Foto: Círculo Verde - XXV ECC de Fátima

2º Domingo da Quaresma

sábado, 7 de março de 2009

O desafio da Quaresma e da Campanha da Fraternidade


Permitir que os exercicios espirituais aconteçam em nossa vida

A Quaresma é um tempo forte de oração, penitência e caridade como exercícios de conversão, que nos preparam para viver a Páscoa, ressurreição e vida nova em Cristo Jesus. Inspirada nos quarenta anos nos quais o povo de Deus viveu no deserto se purificando para entrar na Terra Prometida e nos quarenta dias em que Jesus viveu no deserto antes de iniciar Sua missão na vida pública. A oração, o jejum e a esmola são os elementos fundamentais da espiritualidade quaresmal, nós somos chamados à escuta da Palavra de Deus, à participação nos Sacramentos, à vida comunitária e a atualizar o mistério de Cristo e Sua salvação na vida da Igreja hoje.

Neste tempo de reflexão, cujo objetivo é a transformação da nossa vida, penso que uma espiritualidade que não gera vida e transformação não é autenticamente cristã. Não somente a minha vida, os meus interesses, mas o de todos, ou seja, o bem comum de todos os irmãos a sociedade. A Campanha da Fraternidade deste ano reflete sobre a fraternidade e a segurança pública, tendo como lema: “A paz é fruto da justiça” (cf. Is 32, 17). Suscitando em nós o debate sobre a segurança pública, construir para a promoção da cultura da paz nas pessoas, na família, na comunidade e na sociedade, buscando a paz positiva, aquela que só o Cristo nos dá de forma completa, abrangendo todo o homem e o homem todo.

O que é justiça?

A justiça consiste na constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido. A justiça para com Deus é chamada «virtude da religião» (cf. Catecismo da Igreja Católica 1807; 1836). Segundo Aristóteles, o termo “justiça” denota, ao mesmo tempo, legalidade e igualdade. Assim, justo é tanto aquele que cumpre a lei (justiça em sentido universal) quanto aquele que realiza a igualdade (justiça em sentido estrito).

O que é paz?

Paz é geralmente definida como um estado de calma ou tranquilidade, uma ausência de perturbações ou agitação. Derivada do latim “Pax = Absentia Belli”, pode referir-se à ausência de violência ou guerra. No plano pessoal, paz designa um estado de espírito isento de ira, de desconfiança e, de um modo geral, de todos os sentimentos negativos. Assim, ela é desejada por cada pessoa e, eventualmente, para os outros, a ponto de se ter tornado uma frequente saudação: “Que a paz esteja contigo” e um objetivo de vida.

Na minha opinião, o grande desafio – além de não esvaziar a espiritualidade da Quaresma – é permitir que os exercícios quaresmais e a vivência do Mistério de Cristo possam nos converter para a prática da justiça e da paz. A nossa proposta para viver esse tempo é uma conversão que extermine em nós e ao nosso redor todo tipo de violência para construirmos o homem novo, para reconstruirmos o mundo novo de paz e justiça.

Como faremos isso? Trabalhando em nós e na nossa casa, comunidade, trabalho, escola as origens dos conflitos que geram a violência e a falta de paz. Ou seja, a interioridade de cada pessoa, pois, a violência começa dentro de nós e é alimentada em nosso meio, ajudando as pessoas a gerenciar os seus conflitos interiores com uma formação que trabalhe todos os aspectos, vendo-as como parte de um todo, individualmente, capazes de mudanças e transformação.

Nessa formação nós não podemos esquecer os valores primordiais da vida, da partilha, do respeito, da igualdade, dos valores cristãos, pois cidadãos bem formados e firmes na hierarquia de valores não se deixam vencer pelos mecanismos da injustiça que gera violência. Provocar uma atitude positiva do Estado, ou seja, nos governantes para que todos tenham, com dignidade e trabalho, a satisfação de suas necessidades pessoais e comunitárias. Crescer no diálogo, promovendo a reconciliação e o perdão que são virtudes cristãs, exercitar a capacidade de promover o outro nas suas qualidades e diferenças, ajudando-o a sair da margem de nossa sociedade, isso é caridade. Nos exercícios da Via Sacra, nas celebrações, nos grupos de oração e círculos bíblicos iluminando com a nossa fé os nossos compromissos cristãos. Esse assunto é muito complexo, mas acho que consegui pensar numa proposta para casar bem dentro de mim,

Quaresma e Campanha da Fraternidade:

A nossa proposta para viver bem esse tempo é uma conversão que extermine em nós e ao nosso redor todo tipo de violência, para construirmos o homem novo e para reconstruirmos o mundo novo de paz e justiça.

Comente como você vive este tempo de graça e salvação

Pe. Luizinho - Com. Canção Nova

sexta-feira, 6 de março de 2009

quinta-feira, 5 de março de 2009

Aceitar a vontade de Deus

:: Leia o Evangelho desta quinta-feira

Padre José Augusto
Foto: Wesley Almeida/ Foto CN
As leituras de hoje nos convidam a praticar, dia após dia, o relacionamento com Deus. O Senhor é amor, Ele é bom; é um Deus que está sempre com os olhos voltados para os seus filhos. Só vamos conhecer Jesus quando conhecermos a Sua Palavra.

Deus é bom e sempre pensa em nós em primeiro lugar, Ele quer atender os nossos anseios:“Pedi e vos será dado! Procurai e achareis! Batei e a porta vos será aberta! Pois todo aquele que pede recebe; quem procura encontra; e a quem bate a porta será aberta” (Mateus 7, 7-8).

A nossa vida é assim. Se batemos na porta da casa de alguém, ela se abrirá. Se pedimos, alguém dá. Se procuramos algum objeto, encontramos Pode ser que demore, mas conseguimos o nosso objetivo. Nós temos o péssimo defeito de querer que as coisas sejam resolvidas quando queremos. Jesus tem o seu tempo!

A Quaresma é favorável para refletirmos. Deus é muito bom, nós é que nos desviamos do seu caminho. Ele mandou seu filho único para morrer por você e por mim. Se você pediu alguma coisa para Ele e ainda não foi atendida; calma! O Pai do céu tem o seu tempo e nem sempre o que você quer é o melhor para você.

"O Senhor negou o seu pedido porque você pediu errado"
Foto: Wesley Almeida/ Foto CN

Deus nos ouve porque todos nós somos filhos d'Ele. Se você segui-Lo, será recompensado. Você pode se perguntar: “Porque eu peço e o Senhor não me ouve?”

Leia o Evangelho de São João 14, 12-18:

“Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai. E tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Qualquer coisa que me pedirdes em meu nome, vo-lo farei. Se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos. Voltarei a vós”.

Agora leia São Tiago 4, 3:

“Pedis e não recebeis, porque pedis mal, com o fim de satisfazerdes as vossas paixões”.


É por isso que você pede e não recebe; você está pedindo mal. O Pai quer o melhor para você, meu irmão. Ele conhece cada um de nós e só quer nos dar aquilo que Ele sabe que é o melhor. Não é porque você é pecador que Ele não quis te dar algo, pois pecador sempre você será; ou porque você fez algo errado. O Senhor negou o seu pedido porque você pediu errado.

"Se você pedir algo para Deus e Ele não der, não se revolte. Mas, sim, continue a sua caminhada com Ele"
Foto: Wesley Almeida/ Foto CN

Entramos em imensas confusões, perdidos em nossas necessidades e em nosso modo de rezar, porque, provavelmente, ainda não entendemos que Deus nos quer santos. Por favor, portanto, reveja seus pedidos, seu modo de rezar e a forma como espera que o Senhor os atenda.

Se você pedir algo para Deus e Ele não der, não se revolte. Mas, sim, continue a sua caminhada com Ele. Se o Senhor não deu é porque isso é o melhor para você. O Pai sabe muito bem que determinadas coisas que você quer, pode desviar você do caminho do céu. Tudo concorre para o bem aqueles que amam ao Pai.



Padre José Augusto
Padre da Comunidade Canção Nova
Transcrição e adaptação: Ariane Fonseca
Publica do no portal da Comunidade Canção Nova

1º Domingo da Quaresma

Lutero e Maria Santíssima

Martinho Lutero escreveu um belo comentário do Magnificat de Maria SSma., em que repetidamente se refere à "doce Mãe de Deus" e exalta a SSma. Virgem nestes termos:

"Ela nos ensina corno devemos amar e louvar a Deus, com alma despojada e de modo verdadeiramente conveniente, sem procurar nele o nosso interesse. Ora, ama e louva a Deus com o coração simples e como convém a quem o louva simplesmente porque é bom; quem não considera mais que a sua pura bondade e só nela encontra o seu prazer e a sua alegria. Eis um modo elevado, puro e nobre de louvar : é bem próprio de um espírito alto e nobre como o da Virgem. Aqueles que amam com coração impuro e corrompido, aqueles que, de maneira semelhante à dos exploradores, procuram em Deus o seu interesse, não amam e não louvam a sua pura bondade, mas pensam em Si mesmos e só consideram quanto Deus é bom para eles mesmos. A religiosidade verdadeira, portanto, é louvor a Deus incondicionado e desinteressado".

"Maria - escreve a seguir Lutero - não se orgulha da sua dignidade nem da sua Indignidade, mas unicamente da consideração divina, que é tão superabundante de bondade e de graça que Deus olhou para uma serva assim tão insignificante e quis considerá-la com tanta magnificência e tanta honra... Ela não exaltou nem a virgindade nem a humildade, mas unicamente o olhar divino repleto de graça.(...) De fato não deve ser louvada a sua pequenez, mas o olhar de Deus" (p.561).

Ao observar aquilo que se realiza nela, nós podemos contemplar o estilo habitual de Deus. Enquanto os homens são atraídos pelas coisas grandes, Deus olha para baixo, para tirar de "um nada, daquilo que é Infimo, desprezado, mísero e morto, algo de precioso, digno de honra, feliz e vivo" (p.547).

A Mãe de Jesus, portanto, aparece em Lutero como o puro reflexo do olhar Divino. Ela não atrai a nossa atenção sobre Si, mas leva-nos a olhar para Deus."... Maria não quer ser um ídolo; não é Ela que faz, é Deus que faz todas as coisas. Deve ser invocada para que Deus, por meio da vontade dela, e faça aquilo que pedimos; assim devem ser invocados também todos os outros santos, dei-xando que a obra seja inteiramente de Deus" (pp.574-575).

Do livro "Maria Mãe dos homens" (Edições Paulinas).

quarta-feira, 4 de março de 2009

O que é a Quaresma

Penitência? Para quê?


Começamos bem este tempo, mas depois parece que fica tão difícil
Não comer carne, não tomar refrigerante, chocolate nem pensar e não abusar das mensagens do celular. Vídeo game só daqui a 40 dias! Mas do que vale tudo isso?

Será que não estou me privando de coisas tão boas que não têm nada de mau?

Poxa! Ao me preparar para viver esta Quaresma vejo que, às vezes, erro pensando que esse é um tempo de privação!

Não!

Mas é de buscar o sentido que falta!

Vejo que, muitas vezes, começamos bem esse tempo, mas depois parece que fica tão difícil...

Lembro-me dos anos que fiz penitência de não beber refrigerante. Nossa! A quantidade de festas que fui... e lá estando... quem eu encontrava?

Ele – o refrigerante!

Bebia e pronto.

Vejo que propósito eu tinha, o que me faltava era a motivação, e esta faltava, pois faltava o sentido!

E assim a Quaresma se tornou um tempo chato para mim!

Mas hoje vejo que a finalidade do tempo quaresmal é de preparação: se preparar!

Preparar para quê?

Para a Misericórdia de Deus!

E essa preparação consiste em receber o dom de Sua misericórdia — dom que recebemos à medida que abrimos o coração para Ele, lançando fora o que não pode conviver com a misericórdia.

Hoje vivo diferente minha Quaresma!

Em minha casa temos uma penitência comum a todos! Pois, enquanto casa, temos uma parcela de misericórdia que a nós está reservada.

Eu e minha namorada temos uma prática de oração comum neste tempo que nos prepara! Pois junto a ela quero e tenho reservado uma parcela da misericórdia!

Vejo que assim vou colocando sentido em cada prática e em cada penitência! E porque encontrei sentido, tenho motivação e se tenho motivação, vou a cada dia estando mais "de boa" para viver em todas as esferas de minha vida o tempo de preparar!

Lendo sobre o significado de conversão encontrei: "Processo através do qual as emoções se transformam em manifestações físicas".

Sair das emoções e partir para ações! Isso gera sentido. Isso abre espaço para misericórdia!

Então, mais que deixar de fazer isso ou aquilo! Por que você não faz isso?

Faça! Faça com sua família, faça com seus amigos, faça com sua (seu) namorada (o)!

A Quaresma então é para todos!

"Tamu junto"

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Adriano Gonçalves
adriano@geracaophn.com

Publicado no Portal da Comunidade Canção Nova

terça-feira, 3 de março de 2009

Quaresma


Como viver bem esse tempo forte de meditação, oração, jejum, esmola?
Neste tempo especial de graças que é a Quaresma devemos aproveitar ao máximo para fazermos uma renovação espiritual em nossa vida. O Apóstolo São Paulo insistia: "Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!" (2 Cor 5, 20); "exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão. Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação (Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação." (2 Cor 6, 1-2).

Cristo jejuou e rezou durante quarenta dias (um longo tempo) antes de enfrentar as tentações do demônio no deserto e nos ensinou a vencê-lo pela oração e pelo jejum. Da mesma forma a Igreja quer ensinar-nos como vencer as tentações de hoje. Daí surgiu a Quaresma.

Na Quarta-Feira de Cinzas, quando ela começa, os sacerdotes colocam um pouquinho de cinzas sobre a cabeça dos fiéis na Missa. O sentido deste gesto é de lembrar que um dia a vida termina neste mundo, "voltamos ao pó" que as cinzas lembram. Por causa do pecado, Deus disse a Adão: "És pó, e ao pó tu hás de tornar". (Gênesis 2, 19)

Este sacramental da Igreja lembra-nos que estamos de passagem por este mundo, e que a vida de verdade, sem fim, começa depois da morte; e que, portanto, devemos viver em função disso. As cinzas humildemente nos lembram que após a morte prestaremos contas de todos os nossos atos, e de todas as graças que recebemos de Deus nesta vida, a começar da própria vida, do tempo, da saúde, dos bens, etc.

Esses quarenta dias, devem ser um tempo forte de meditação, oração, jejum, esmola ('remédios contra o pecado'). É tempo para se meditar profundamente a Bíblia, especialmente os Evangelhos, a vida dos Santos, viver um pouco de mortificação (cortar um doce, deixar a bebida, cigarro, passeios, churrascos, a TV, alguma diversão, etc.) com a intenção de fortalecer o espírito para que possa vencer as fraquezas da carne.

Na Oração da Missa de Cinzas a Igreja reza: "Concedei-nos ó Deus todo poderoso, iniciar com este dia de jejum o tempo da Quaresma para que a penitência nos fortaleça contra o espírito do Mal".

Sabemos como devemos viver, mas não temos força espiritual para isso. A mortificação fortalece o espírito. Não é a valorização do sacrifício por ele mesmo, e de maneira masoquista, mas pelo fruto de conversão e fortalecimento espiritual que ele traz; é um meio, não um fim.

Quaresma é um tempo de "rever a vida" e abandonar o pecado (orgulho, vaidade, arrogância, prepotência, ganância, pornografia, sexismo, gula, ira, inveja, preguiça, mentira, etc.). Enfim, viver o que Jesus recomendou: "Vigiai e orai, porque o espírito é forte mas a carne é fraca".

Embora este seja um tempo de oração e penitência mais profundas, não deve ser um tempo de tristeza, ao contrário, pois a alma fica mais leve e feliz. O prazer é satisfação do corpo, mas a alegria é a satisfação da alma.

Santo Agostinho dizia que "o pecador não suporta nem a si mesmo", e que "os teus pecados são a tua tristeza; deixa que a santidade seja a tua alegria". A verdadeira alegria brota no bojo da virtude, da graça; então, a Quaresma nos traz um tempo de paz, alegria e felicidade, porque chegamos mais perto de Deus.

Para isso podemos fazer uma confissão bem feita; o meio mais eficaz para se livrar do pecado. Jesus instituiu a confissão em sua primeira aparição aos discípulos, no mesmo domingo da Ressurreição (Jo 20,22) dizendo-lhes: "a quem vocês perdoarem os pecados, os pecados estarão perdoados". Não há graça maior do que ser perdoado por Deus, estar livre das misérias da alma e estar em paz com a consciência.

Jesus quis que nos confessemos com o sacerdote da Igreja, seu ministro, porque ele também é fraco e humano, e pode nos compreender, orientar e perdoar pela autoridade de Deus. Especialmente aqueles que há muito não se confessam, têm na Quaresma uma graça especial de Deus para se aproximar do confessor e entregar a Cristo nele representado, as suas misérias.

Uma prática muito salutar que a Igreja nos recomenda durante a Quaresma, uma vez por semana, é fazer o exercício da Via Sacra, na igreja, recordando e meditando a Paixão de Cristo e todo o seu sofrimento para nos salvar. Isto aumenta em nós o amor a Jesus e aos outros.

Não podemos esquecer também que a Santa Missa é a prática de piedade mais importante da fé católica, e que dela devemos participar, se possível, todos os dias da Quaresma. Na Missa estamos diante do Calvário, o mesmo e único Calvário. Sim, não é a repetição do Calvário, nem apenas a sua "lembrança", mas a sua "presentificação"; é a atualização do Sacrifício único de Jesus. A Igreja nos lembra que todas as vezes que participamos bem da Missa, "torna-se presente a nossa redenção".

Assim podemos viver bem a Quaresma e participar bem da Páscoa do Senhor, enriquecendo a nossa alma com as suas graças extraordinárias; podendo ser melhor e viver melhor.

Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

Publicado no portal da Comunidade Canção Nova